sábado, 16 de abril de 2011

LONDRES - BARCELONA

Voltando da Malaysia, já tive que arrumar mais mala. Dessa vez com roupas de frio. Destino: Europa. Saí da Índia no dia 11 de madrugadinha.
Cheguei em Londres. Ahhhhh bela Londres!! Que saudades de você. Que delícia andar por suas ruas, apreciar suas paisagens, admirar os londrinos e a maneira deles se vestirem. QUE DELÍCIA!!! E como eles são educados e gentis. SONHO.


Fiquei hospedada no Mandville Hotel, ao lado da Oxford. TUUUUUUUUDO DE BOM! Principalmente para quem vai a trabalho na área de moda. Perto de tudo. ENLOUQUECI!
Mas no segundo dia, quando eu estava me trocando para me encontrar com um grande amigo, o Marcos, que agora está morando lá (que invejinha), minha coluna TRAVOU! Gente, travou de eu não conseguir mexer o dedão do pé. Entrei em pânico. A sorte é que estava ao lado da cama. Fiquei deitada, enquanto a Thaís que estava comigo procurava ajuda. Chamamos um médico, ia demorar umas 3 horas, então chamamos uma ambulância. Eles chegaram rapidinho e realmente viram que eu não conseguiria me mover. Então eles me deram um gás para respirar. Disseram que é o mesmo que as mulheres grávidas respiram quando vão ter bebe. No começo eu estava com medo, mas depois, quando eu vi que era bom, não consegui largar o negocinho. Eu fiquei meio tonta, parecia que eu ouvia melhor e o meu inglês estava perfeito, rsrsrs, vou ser franca, parecia que eu estava bêbada, um dos mocinhos até me falou: “Se você quiser, pode indicar este gás aos seus amigos”. Sacanagem. Eu  conversava com o pessoal da ambulância, pedia para eles me explicarem o que estava acontecendo , não sabia onde estava indo, aí eu tirava o tubo da boca e  a dor voltava... colocava na boca e SHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH. Era muito bom!  Chegando no hospital eu fiquei deitada na maca. Os mocinhos da ambulância levaram o gás de mim... nosssa, mas eu chorava, “o que vai ser de mim agora???”  eu falava pra eles “Não! Vocês não podem ir! A dor vai voltar!!!”. Peguei na mão de um deles, olhei nos olhos e agradeci.... de coração. Os dois foram dois anjos que cuidaram de mim e me deram atenção o tempo todo! E o que falar da Thaís, tadinha, teve que ficar comigo no hospital um tempão. Fui atendida por um médico depois de 3 horas. E tentamos “adiantar” o processo. “Mocinha, aqui não é como no Brasil ou em Portugal, aqui você é igual a todos, tem que esperar”, me disse uma portuguesa, a Maria, quem me deu os primeiros socorros lá dentro. Ela foi uma fofa. Como eu estava sem o MEU gás, o inglês já não era tão perfeito, então ela super ajudou. Finalmente o médico chegou e me forçou a ficar em pé. “AAHHHH, mas você tá de brincadeira né? Só pode!” Sim, ele me colocou em pé. Minha pressão caiu. Ele chamou a Maria, ela disse para ele o que era melhor fazer, ele me receitou um antiinflamatório por sete dias e DIAZEPAN para eu ficar mais relaxada, pois estava muito tensa, por mais três dias. E se foi...  Pois é, gostaria de entender melhor como funciona esses atendimentos médicos em Londres, fiquei surpresa com o que vi. Em uma cidade como Londres, você ter que esperar  três horas por um médico?? E não importa se você tem plano de saúde ou não. Será que a rainha sabe disso???
No dia seguinte, eu não trabalhei, fiquei no hotel, de repouso. Mas à noite finalmente fui encontrar meu amigo, foi muito gostoso, matamos a saudades, colocamos o papo em dia e dei uma caminhada para destravar.
No dia seguinte já estava boa para continuar a andança.. Entramos no restante das lojas da Oxford, Rejent, Selfridge, Shopping Liberty, e alguns outros lugares que eu esqueci o nome.
Saímos de Londres e fomos à Barcelona. Ficamos em um hotel delicinha. Olívia Plaza Hotel (aeeee cunha!! ) alí na Las Ramblas. Adorei o lugar, a cidade parece um museu a céu aberto, mas vamos combinar que as pessoas deixam a desejar. OK OK, acho que é porque eu estava em Londres antes, deve ser por isso. Mas bom, vamos falar de coisas boas: MODA, MODA e MODA!!
Gente, estou encantada com o próximo Verão. Ele será do jeitinho que eu gosto! FLORIDO E COLORIDO!!
Adoro o composê de estampas diferentes

Quem achava que essa onda setentinha iria embora, so sorry, ela está mais forte do que nunca. O lado glamouroso e sofisticado dessa década traz muitas fendas, bainhas assimétricas, decotes mega profundos e macacões abusados, predominando os frente-únicas.  Muitos laços nas blusas que acompanham as calças mais retas ou as carrots (calça cenoura – que tem volume maior no quadril e desce mais sequinha nas pernas).  Vimos muitas calças boca-de-sino/trompete, sempre com a cintura no lugar. E nossa, toda loja tinha uma calça palazzo (a calça pijama), lisa ou estampada, bem pijaminha mesmo, basicona com um elástico na cintura. Falando de calças, lembrei dos jeans que estão azulados, aquele azul forte lavado, sabe? Quando ele não está basicão, ele esta ultra carregado,  com strass, pedras, tachas e paetês. Lembra das batas ciganas? Elas estão de volta, com o ombro de fora. As túnicas que lembram, e bastante, as kurtas indianas (já que estamos aqui, vamo falar né?)

Isto não é uma saia longa, é a tal calça palazzo

 Afff, já ia me esquecendo, também, é tanta coisa... Vi muita camisa jeans:


Blocos de cores??? Só deu isso. Basta abrir uma revista que você vai entender. Lurex, paetês, lantejoulas, pérolas e pedrarias,  peles e plumas disputam para ver quem brilha mais que o Sol.


As listras com aroma do náutico


Outra tendência muito forte e que apareceu em todas as marcas, desde grandes magazines como marcas luxuosas, foi  a delicadeza das meninas camponesas, com seus aventais, jardineiras, shorts,  macacões , salopetes, vestidinhos e sainhas com cara de puro romance.  Lenços floridos no cabelo, e muita, mas muuuuuuuuita, quando eu digo muita, é porque é MUITA mesmo, ta gente? MUITA RENDA DE ALGODÃO E LAISE.  E nesse meio entram os bordados e crochês.  Sabe aquele enxoval de luxo com respiros nos anos 20 e 50? Ta com essa carinha. E as estampas? AFFFF, como eu já vi muito, vou me poupar para não sofrer mais um pouco, OK? Só digo uma coisa, estão demais de lindas, como nunca vi antes...


Ai Johansson, como você está bonitona!



Ai essa foto é a melhor.

O que apareceu também, mas não com tanta força como o que acabei de dizer, foi um clima tropical, estampas estilo rococó, cores fluorescentes, muitas listras misturadas com outros desenhos, macacos, bananas, laranjas, insetos, borboletas, passarinhos (que eu amo), flores gigantes, folhagens e ramos, e tudo muito colorido, principalmente azul royal, laranja, verde, amarelo e vermelho. Um quê de Brasil né?? Olha que isso pega por lá hein (por lá, porque eu estou aqui na Índia viu). Carmem Miranda pura!
Passarinhos que eu adoro

La frutaria


Vi os bichinhos, muito leopardo, como só Roberto Cavalli sabe fazer...

E  para a mulherada dar uma equilibrada, o mínimal também apareceu. Looks limpos, sóbrios e modernos. MUITOOO BRANCO e neutros, principalmente os beges rosados.


Vai ser difícil me controlar! E para vocês, amigas Gagas de plantão, boa sorte na escolha!!
Me despedi da Europa com o cartão bloqueado, e tendo que deixar algumas revistas no aeroporto... Excesso de bagagem. Ai gente, foi péssimo! E por pouco não tenho que deixar minha galocha verde que comprei por causa da chuva. Ufa. Foi por pouco.
beijinhos e depois continuo com mais viagens... NANANINANÃO, não acabou, ainda tem mais!

sábado, 2 de abril de 2011

Kuala Lumpur - Malaysia

Mal tirei as coisas da mala já tive que montar outra. Destino? Malaysia. Kuala Lumpur. Saímos dia 4 de março. Mais 5 horas de viagem...

Tivemos apenas um dia para conhecer alguns lugares. O Ga (meu maridon) tinha que trabalhar, afinal este era o propósito da viagem. E eu também tinha que mandar alguns desenhos para o Brasil. Então foco né?!  Mas tivemos o final de semana livre para bater perna.
Primeiro fomos conhecer  as “Petronas Twin Towers”, de 88 andares, com 452 metros (allllltas, muuito altas) e atualmente consideradas o terceiro edifício mais alto do mundo (pronto). Mas uma dica: se você tem pretensão de subir para conhecer deve comprar os tickets com no mínimo 3 dias de antecedência. Chegamos lá e não tinha mais. OK OK. Foi bonito ver la de fora.

Depois fomos visitar a Torre Menara, com seus 421 metros de altura. Aqui nós conseguimos subir. Elevador rapidinho, entupiu meus ouvidos. QUE VISTA LINDA LÁ DE CIMA!  Tiramos algumas fotos e descemos.

Depois disso fomos conhecer os shoppings da cidade. Quase fiquei maluca. Vááários! Um ao lado do outro.  E daqueles que deixa qualquer Iguatemi no chinelo (se é que eu posso comparar).  Por incrível que pareça me ajudou muito na pesquisa para a próxima coleção de Verão.
Depois em agradecimento por ter me acompanhado, fui conhecer um shopping só de eletrônicos. Com vários andares recheados de lojas e stands vendendo tuuuuuuuudo de computador, celular, som e afins. Coisas que eu nem sabia que exisita.

Bom, aqui na Malaysia eu fiquei mais tranqüila. Senti as pessoas mais educadas, mais acolhedoras. Adorei a maneira da mulheres se vestirem. A maioria usa o “hijab muçulmano” que é o véu que cobre toda a cabeça com uma abinha no final da testa...  Marquei bobeira, devia ter comprado um para mim.  E aí, quando eu fui procurar a respeito olha o que eu encontrei:
“...Eis os versículos que ordenam o véu da mulher Muçulmana:

“Ó Profeta, dize às tuas esposas, tuas filhas e às mulheres dos crentes que se cubram com as suas jalabib (uma roupagem exterior, uma longa toga, que cobria todo corpo); isso é mais conveniente, para que se distingam das demais e não sejam molestadas; sabei que Allah é Indulgente, Misericordioso.” (Al Ahzab 33: 59)

Num outro surah Allah afirma:

“Dize às crentes para que baixem os seus olhares, conservem os seus órgãos genitais e não mostrem os seus ziinah(ornamentos: quer dizer, não exibir as regiões corporais que, usualmente, recebem ornamentos: o pescoço, o colo, o rosto, os braços, os tornozelos. Há, implícita, a idéia de ornamentos naturais(o corpo) e artificiais.--.tanto a beleza natural como os ornamentos artificiais), além dos que (normalmente) aparecem; que cubram a totalidade do seu corpo com seus véus e não mostrem os seus ziinah (tanto a beleza natural como os ornamentos artificiais)) a não ser aos seus maridos, seus pais, seus irmãos, seus filhos, seus enteados, seus sobrinhos, às mulheres(muçulmanas), seus criados isentos das necessidades sexuais(impotentes) ou às crianças que não discernem a nudez das mulheres; que não agitem os seus pés, para chamarem a atenção sobre os seus ziinah (tanto a beleza natural como os ornamentos artificiais) ocultos. Oh crentes voltai todos arrependidos, a Allah, afim de que vos salveis.” (An Nur 24: 31)

Com esses dois versículos, pode-se concluir que a finalidade de véu e a ordem para que as mulheres se cobrissem na íntegra visa, em primeiro lugar, “..para que se distingam das demais..” uma vez que as nossas mulheres não são iguais às demais, a maior parte das quais ostentam os seus corpos e seus ornamentos, chamando assim atenção aos homens, o que dá azo a proliferação do sexo ilícito e promíscuo, para além de inúmeros danos que causam, quer de índole social, psicológico, econômico, político etc... e a outra parte do versículo explica a segunda razão porque as nossas mulheres têm que se cobrir, “...não sejam molestadas...” É sabido que a maior parte de violações e assaltos sexuais, e sexo ilícito têm a sua origem na forma como as mulheres se vestem. Por isso, a mulher mais explorada do mundo é sem sombra de dúvida aquelas que não praticam os ensinamentos Islâmicos ou como é a maior parte dos casos, as mulheres não-Muçulmanas.”
UAL!!
Além de ter visto a maior parte das mulheres em Kuala Lumpur usando este véu eu também vi mulheres que usam pouquíssima roupa. Fiquei impressionada com a facilidade de se encontrar uma prostituta. E em vários momentos eu ficava analisando, olhando para elas, seu semblante, seu olhar. E em muitas eu enxergava a tristeza. Fiquei chocada.
Consegui praticar bastante o meu inglês, conhecendo pessoas com sotaques do mundo todo. Saímos praticamente todas as noites e também fiquei impressionada em como eles investem em bares e baladas. Conheci lugares diferentes e lindos. Música muito boa.
Achei a comida diferente, não tão apimentada como na Índia. Mas também com o seu tempero forte. Calma pessoal, eu estou trabalhando este meu paladar.
Quando eu estava já me acostumando, tivemos que ir embora. Chegamos em casa dia 9 de março à noite, depois de mais 5 horas de viagem, já não sabia mais que horas e que dia eram, estava quase perguntando: “Onde estou? Pra onde que eu vou?”